E aí? Erick aqui.
Este não é um post sobre como me tornei um grande desenvolvedor de jogos que passou por altos e baixos para lançar meu primeiro jogo, nem sobre como me juntei a um estúdio AAA. Não, esta é a história de como consegui desistir de aprender a mesma coisa duas vezes e agora, acho que finalmente aprendi a gostar disso.
Mas antes de mergulharmos nessa jornada, primeiro preciso dar um pouco de contexto sobre meu passado com programação.
O Início
Retrocedendo alguns anos (segundo semestre de 2018), logo após começar a faculdade, mergulhando na programação por meio de aulas introdutórias.
A linguagem de programação? C.
Condicionais, loops, funções e tratamento de erros, isso é tudo que consigo lembrar de ter feito naquele semestre, enquanto a natureza muito básica do C complicava um pouco as coisas, eu nunca odiei, evitei ou procurei alternativas para a linguagem naquele período, não porque precisava tirar boas notas, mas simplesmente porque gostava de resolver problemas desde o início, era... emocionante.
Além disso, nos dois semestres seguintes, ainda usando C, fui apresentado ao mundo das ☆:~..Estruturas de Dados~..:☆, as coisas simplesmente faziam sentido, mas não despertaram meu interesse na época, mal sabia eu que esse foi meu último contato com essa linguagem, pelo menos dentro do meu currículo acadêmico.
Então, Você Quer Fazer Games
O ano ainda é 2018, enquanto trabalhava como estagiário de TI em minha faculdade, durante os momentos de folga, me deparei com este vídeo:
Esse incrível vídeo é a parte 1 de uma série de 10 episódios feita pela Riot Games, sobre o básico de como funciona o desenvolvimento de jogos chamada Então, Você Quer Fazer Games?, não sei por que, mas a explicação deles sobre o Artista Técnico me fez almejar essa posição, mesmo sem saber absolutamente nada sobre como fazer jogos ou arte.
Na época, eu estava começando o desenvolvimento web e como consequência, perdi o contato com C. Depois de assistir aquele vídeo, instantaneamente tive vontade de aprender desenvolvimento de jogos como um hobby. Então, fui ao Google e pesquisei engines que usam C++.
Enfim, o primeiro que apareceu foi o Unreal Engine, na época a versão LTS era a 4.24, peguei meu HDD de 512GB e baixei o UE4 com o Visual Studio, inicializei, mas, juntando ter um PC fraco e um semestre lotado na faculdade, acabei desanimando de mexer com o Unreal.
A Conexão
Avançando para o final de 2019, a mesma empresa que me inspirou a desenvolver jogos alguns meses antes, a Riot Games, lançou isso:
Um trailer lançado durante a transmissão do 10º aniversário da Riot, mostrando seu novo jogo FPS feito com Unreal Engine, uma novidade para a Riot Games, que era apenas uma Empresa de Música Independente na época, com o nome de Projeto A. Como jogador de CS:GO, este anúncio prometeu resolver problemas que a base de jogadores de CS tinha há muito tempo, era como uma carta de amor para nós jogadores de TTS (Tatical Shooter).
Dois anos no futuro, antes do lançamento oficial do Projeto A (nomeado VALORANT), por volta do segundo trimestre de 2020, o beta fechado foi anunciado, e o requisito da Twitch para obter acesso me fez assistir a todos os tipos de streamers relacionados ao VALORANT. Um deles era o Riot Nu (Marcus Reid), um desenvolvedor da Riot Games que trabalhou no VALORANT. Consegui acesso ao beta, assisti muitas palestras e vídeos de desenvolvedores disponíveis sobre o VALORANT, entrei em alguns servidores do Discord e enviei alguns relatórios de bugs para o r/VALORANT, fiz isso pelo resto do ano.
Borbulhando
Por volta de 2021, o VALORANT foi lançado e o Riot Nu começou sua série ensinando Desenvolvimento de Jogos usando a Unreal Engine, isso, foi o início da minha segunda tentativa no desenvolvimento de jogos no Unreal, com a orientação de alguém e uma agenda um pouco mais clara após o trabalho e a faculdade, continuei um pouco mais, mesmo para fazer estudos como este:
Ao mesmo tempo, consegui um novo emprego como estagiário de desenvodor, então, para me dedicar totalmente tanto ao novo emprego quanto à faculdade, deixei o Unreal de lado novamente.
Agora vai
Avançando para o primeiro trimestre de 2023, formado, desenvolvedor web, cheio de tempo livre e contas a pagar, enquanto navegava pelo Twitter, vi um printscreen do UE 5.2 e sua nova UI e decidi testa-la, baixei tudo, abri por cinco minutos e fechei, de repente os rumores sobre a mudança tão esperada do CS:GO para o Source 2 começaram a surgir novamente, mas desta vez, parecia sério e então, como uma piada, começei a desenvolver o CS:GO usando Unreal apenas com C++.
Acontece que eles levaram a sério e anunciaram o Counter Strike 2 alguns meses após essa declaração, até então eu já tinha implementado algumas coisas e um monte de bugs como este:
Descobri que tentar aprender desenvolvimento de jogos e multiplayer é difícil.
Ainda investido neste projeto, tendo implementado UI, alguns efeitos sonoros e componentes básicos de multiplayer, como times, dano e inventário, uma coisa que tenho a dizer é que, mesmo tendo implementado apenas duas armas neste jogo, fiz o meu melhor para torná-lo flexível o suficiente para eu poder implementar quantas armas eu quisesse e estou bastante orgulhoso disso.
Chegando ao último trimestre de 2023, diminuí um pouco o ritmo para refazer meu portfólio e finalmente criar um blog, mas já estou imaginando voltar ao básico e aprender desenvolvimento de jogos usando OpenGL ou Vulkan e documentar minha jornada aqui neste blog.
Isso é basicamente tudo, por enquanto... Esperando que esse fogo permaneça ardente por muito tempo.